Leptospirose

Considerada uma enfermidade de distribuição mundial a leptospirose é uma doença infectocontagiosa de caráter bacteriano causada por espiroquetas do gênero Leptospira. Acomete os animais domésticos, silvestres e o ser humano. Constitui-se em uma antropozoonose endêmica que pode se manifestar sob a forma de surtos epidêmicos.

A bactéria é incapaz de se multiplicar fora do hospedeiro e sua sobrevivência é determinada pelas condições climáticas, podendo encontrar-se viável até 180 dias em solo úmido ou em coleções de água. 

Os cães e o rato de esgoto são os principais reservatórios da leptospira no ambiente urbano, no entanto existem muitos animais selvagens e domésticos como os gatos, por exemplo ,que ao serem infestados podem não apresentar os sintomas da doença. Nesses casos, trata-se de uma infecção subclínica.

O cão no meio urbano é fonte potencial na transmissão da leptospirose devido ao estreito convívio estabelecido com o ser humano.

A infecção do hospedeiro geralmente ocorre pelo contato com leptospiras no ambiente por meio de água e alimento contaminados com urina, fômites ou carcaça de animais infectados. Podendo ainda ocorrer a transmissão do agente por via transplacentária e venérea.

A contaminação ocorre através da pele lesada ou íntegra em momentos de  permanência por tempo prolongado em coleções de água contaminada. As leptospiras se multiplicam rapidamente ao ingressarem no sistema circulatório produzindo lesões em vários órgãos nos hospedeiros suscetíveis. A inflamação inicial provocada pela espiroqueta causa injúria renal e hepática. 

A eliminação bacteriana ocorre através da via urinária, de maneira intermitente, podendo persistir por períodos de longa duração, variáveis com as espécies animais e a variante sorológica envolvida; nos roedores, a presença de leptospira pode ser registrada permanentemente na urina. Devido à uretra constituir-se na via comum para eliminação de urina e sêmen, é possível que este último também venha a ser contaminado por leptospiras o que torna possível a transmissão venérea por leptospirose animal, tanto pela monta natural, como através da inseminação artificial.

O diagnóstico da leptospirose canina deve ser fundamentado nas informações clínico-epidemiológicas e confirmado por exames laboratoriais. Alterações hematológicas como leucocitose, anemia e trombocitopenia podem estar presentes. Quadro de azotemia com elevação da creatinina e uréia pode ser identificado na bioquímica sérica, além da possível elevação das enzimas hepáticas (ETTINGER; FELDMAN, 2004). 

Na bioquímica sérica pode-se ainda encontrar um aumento nos níveis de bilirrubina, moderada elevação nos níveis de transaminases e menor elevação da fosfatase alcalina. O aumento nos níveis de amilases normalmente está associado a falência renal aguda (LEVETT, 2001). 

Em virtude das dificuldades do isolamento do agente em amostras biológicas, os métodos sorológicos têm sido amplamente utilizados no diagnóstico confirmatório da leptospirose. A técnica padronizada e recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e Ministério da Saúde no Brasil (BRASIL, 1995), estabelecida como padrão ouro no diagnóstico da leptospirose humana e animal é a Soroaglutinação Microscópica (SAM) com a utilização de antígenos vivos. 

O SAM apresenta elevada especificidade, no entanto, baseia-se na detecção de anticorpos que só estarão presentes sete a dez dias pós infecção.por conta disto outras técnicas de diagnóstico estão sendo adotadas, como a técnica de Reação em Cadeia de Polimerase (PCR) que é extremamente sensível e específico no diagnóstico precoce da leptospirose, embora mais onerosa (TEIXEIRA et al., 2008).

Em relação ao tratamento indica-se terapia antibiótica e suporte de acordo com a evolução de cada quadro clínico.

Referente a prevenção, existem vacinas disponíveis atualmente no mercado brasileiro caracterizam-se por serem provenientes de culturas de leptospiras inativadas acrescidas de adjuvantes compostas pelos sorovares mais prevalentes em estudos efetuados no país. 

Para os cães encontram-se disponíveis vacinas polivalentes como a óctupla (V8) composta por dois sorovares (Icterohaemorrhagiae e Canicola), déctupla (V10) com quatro sorovares (Icterohaemorrhagiae, Canicola, Grippotyphosa e Pomona). Até hoje no Brasil temos identificado casos de cães contaminados apenas com a Icterohaemorrhagie e Canicola, por isso, tanto o uso da V8 como da V10 são eficazes na prevenção da leptospirose.

Como medida de controle e prevenção considera-se de grande importância a implantação de programas de saúde pública ,conscientizando a população e indicando corretas práticas de higienização, prevenção (vacinação),além de diagnóstico precoce e tratamento adequado. Reforçando a implantação de medidas de manejo associadas com o controle de roedores sinantrópico e populacional de cães errantes, a fim de minimizar a incidência em populações canina e consequentemente na humana.

Fontes Pesquisadas:

http://www.pubvet.com.br/artigo/2694/leptospirose-ndash-revisatildeo

http://www.tecsa.com.br/assets/pdfs/LEPTOSPIROSE%20EM%20C%C3%83ES%20E%20GATOS.pdf

http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/leptospirose_diagnostico_manejo.pdf

https://www.saude.gov.br/images/pdf/2015/janeiro/16/Leptospirose-diagnostico-manejo-clinico.pdf

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